segunda-feira, 29 de março de 2010

em nome do senhor…





Canta-me uma Ave-Maria,
enquanto esmago as uvas
do vinho amargo
com que brindas, a minha inocência.
Come do meu pão,
e abençoa as lascas da carne.

Em nome do pai que ofendes…
…saberás silenciar a dor
com o mesmo silencio, com que me sacrificas.

Em nome do filho que desconheces…
…lambe-me as feridas
com o mesmo corte, com que as abristes.

Em nome do espírito santo que violas…
…castiga-me com a mesma devoção
com que te apiedas, em nome do senhor.

4 comentários:

* disse...

Um poema de voz forte e palavras duras que falam de um acto atroz e desumano, infelizmente mais comum do que seria imaginavel.
Um esmagar de vidas por parte de quem as devia incentivar, proteger e acolher. Um acto vergonhoso que envergonha todos aqueles que acreditam num Deus clemente e compassivo incapaz de tolerar algo assim.
Um olhar duro e crú mas sempre atento e desperto para o mundo em redor.

Clarisse Silva disse...

Uma triste e dura realidade... Que tem que ser denúnciada sempre, a meu ver.

Um belo poema nunca temática triste.

Beijo,
Clarisse

...EU VOU GRITAR PRA TODO MUNDO OUVIR... disse...

Forte,verdadeiro,comovente!!!

Muito bonito!!

Um beijo saudoso!

Sonia Regina.

Anónimo disse...

Amen...

Este poema magnífico devia ser impresso e exposto em dimensão monumental na catedral de S.Pedro no Vaticano onde os lobos se acolhem sob o manto papal.

Oh crentes que sem razão, obedecem a tal corja, que vos diz não.

RG