sexta-feira, 2 de abril de 2010

Pedras da Calçada




Ouço os murmúrios das pedras da calçada
nas palmas das minhas mãos calejadas,
vou esculpindo uma metade de mim em arte
mas a outra metade fica sem abrigo,
na escultura de um calceteiro definhado.

Ajoelho-me nas formas lineares...
...granito, mármore, granodiorito,
cinzelo-as, como se fosse a minha opulência.

Deixo-me levar pela alvorada boreal,
parte de mim morrerá sobre as pedras
de um simples calceteiro rústico,
mas a outra se imortalizará em musas
lavradas nas calçadas...

3 comentários:

Maria Manuela Amaral disse...

São raros estes momentos de leitura! Não resisti em re-ler-te, aqui nestas palavras tão bem construídas.

Beijinhos e Feliz Páscoa, amiga***
Manuela

Eduardo Santos disse...

Olá amiga (permita-me o tratamento familiar). Gostei do seu espaço. Quis registar a minha passagem neste texto, poema que me sensibilizou. Espero voltar, por agora votos sinceros de continuidade de festas pascais.

Clarisse Silva disse...

Indiquei o seu blog para receber o "Prémio Dardos". Veja a postagem no meu blog como fazer.

Beijinhos e felicidades,
Clarisse