terça-feira, 22 de novembro de 2011

Lavra…Boletim de poesia



Boa noite,


Venho convidar-vos a visitarem e a colaborarem, se esse for o vosso desejo no Jornal, dirigido pelo Poeta Eduardo Roseira.


Participe e traga mais cinco.


Lavra…Boletim de poesia






Obrigada



Conceição Bernardino

Este país não é para mulheres de bigode




Com senso ou sem senso vai-se constatando que as estatísticas já não são causas comuns hipotéticas mas absurdas medianas aos trambolhões. A moda está em desuso e dizer-se, “mulher de bigode, ninguém a phode” é desviar o padrão das infortunas variáveis a casos extremos. Não fugindo da variante (N), a do bigode que não está em vogue mas ninguém a phode, na aldeia da Picha, Toninha bigodes recebe uma visita inesperada. As estatísticas bateram-lhe à porta.
- Ò mãe tá aqui uma mulher pra ti!
- Quem é Xico? Despacha a mulher que eu estou a fazer o jantar.
- Não posso mãe a gaja diz que é daquela cena das estatísticas A mãe preocupadíssima vem a correr e interpela o filho: 
- Já podias ter dito, é sempre a mesma coisa, só me deixas ficar mal, não sei a quem saíste com esse palavreado, manda a senhora entrar.
- A minha mãe disse pra entrar.
Amélia dos Capuchos, colaboradora da Biblioteca Municipal de Pedrógão Grande, estava varada com a recepção mas tinha que acatar com as suas obrigações uma vez que se comprometeu com a junta de freguesia.
- Boa noite, eu sou a Amélia venho da junta e precisava que me respondesse a um inquérito para o INE ou então eu deixo ficar os impressos a senhora preenche e passo cá amanhã. Toninha quando ouviu falar na junta mudou de imediato de postura:
- Nada disso senhora doutora faça o favor de se sentar, quer tomar alguma coisa, um cafezinho, um licor?
- Sou uma simples funcionária da biblioteca, não sou doutora, dona…
- Toninha, Toninha bigodes, pode tratar-me assim e sinta-se em casa senhora doutora, ora deixe-se de modéstias, os méritos devem ser conhecidos.
Amélia já não tinha controlo sobre Toninha e de nada servia contrapor, só queria era apreçar os impressos e dar de frosques.
- Obrigada dona Toninha pela atenção, é um simples inquérito sobre a qualidade de vida dos habitantes da Picha.
- Claro, senhora doutora, pergunte o que quiser.
- Quantas pessoas vivem nesta casa?
- Ora bem, eu, o meu esposo mais conhecido pelo Picha pequena, a minha Milinha da racha e o meu filho Xico esperto e o meu cão torrão, se não me enganei nas contas, somos cinco.
- Costumam ler livros ou jornais? Pergunta Amélia sem tirar os olhos do bigode da Toninha.
- Eu leio muito pouco mas gosto de ler, só que já me falta a vista, leio a Maria e o jornal, a página onde colocam os falecidos para ver se vem alguém cá da terra a Maria ajuda-me a compreender como anda o mundo. Isto está muito mal senhora doutora veja lá que nesta ultima edição vinha lá um rapazinho a perguntar o que devia fazer, tinha nascido com três tomatinhos e não sabia o que havia de fazer à vida dele, o pobrezinho tinha lá aquela coisa dos complexos, e o raio da Dr.ª que responde àquelas desgraças, respondeu-lhe que ele devia sentir-se feliz por ser um homem avantajado e mais…só desgraças, outro a namorada ficava chateada quando o rapaz praticava o coito interrompido mas nessa já nem li a resposta ora se ela ficava chateada por o fulano ter a picha interrompida ai até eu ficava ao menos o outro tinha três tomates já dava prà fazer uma rica salada.
Toninha bigodes desata a rir e manda uma grande bufarda à Amélia, esta sorriu entre dentes e respondeu:
- Pois, pois…e o seu marido, os seus filhos gostam de ler?
- Gostam sim senhora, o meu Xico é um rapaz muito esperto, acabou este ano o curso das novas oportunidades já vai fazer dezanove anos para o ano, coitadinho teve que deixar a escola porque era hiperactivo é uma doença muito complicada, só lhe dá para dormir de dia e depois à noite vai até ao centro com os amigos da Venda da Gaita, veja a senhora doutora ele parece que só fala inglês desde que acabou o curso, eu vou chamá-lo para ele lhe responder. – Xico! Ó Xico anda cá a senhora doutora quer falar contigo.
Amélia corava como um presunto e a voz ia enfraquecendo:
- Não vale apena incomodar o gaiato, ele deve ter muitos afazeres.
- Nada disso, senhora doutora e voltava a berrar: - ò Xico!
- Poça mãe, não sou mouco, que queres? Dizia o gaiato com cara de mau.
- Vá lá Xiquinho a senhora doutora quer saber se gostas de ler, senta-te aí.
- Ya, doutora tá-se bem, eu gosto de ler tipo a Bola, os filmes dobrados em português, as revistas do meu pai, tem lá cada monumento, quer que lhe mostre?
Apressadamente Amélia sem demora responde:
- Não Chico, acredito que sim…
Toninha toda contente olha para o filho e diz:
- Eu sabia que ias seguir a profissão do teu pai, és o meu orgulho. Puxa-lhe pelas bochechas com um sorriso enorme.
- Ó mãe bebeste? Deixa-te dessas cenas. Levantou-se e voltou para o quarto.
A mãe com o bigode mais aguçado virou-se para a Amélia:
- Eu não lhe disse que o meu Xico era um menino muito esperto? Por este caminho vai seguir o dom do pai. Sabe o meu esposo é mestre-de-obras, ele é unha com carne com o senhor presidente da junta as empreitadas cá da aldeia são todas feitas pelo meu esposo e por metade do preço mas ele é muito correcto a factura vai sempre com o dobro do valor conforme o senhor presidente lhe pede, a verdade se diga também não pagamos aquela coisa do imposto, sabe como é uma mão lava a outra. Quem tem amigos não morre na cadeia. Bem agora já sabe que o meu marido lê livros sobre obras e monumentos. Agora a minha filha já é mais sobre dança.
Amélia interrompe:
- Dança? Mas ela é bailarina tirou algum curso, formou-se?
- Não senhora doutora, ela abandonou os estudos aos 14 anos, quando acabou a quarta classe, foi um desgosto, ela tinha tanto jeito nas línguas, sempre que chegava a casa (parece que a estou a ver) corria para mim toda feliz e dizia, “- mãezinha hoje o Serôdio da venda deu-me um linguado”, no início cheguei a fazer figura de idiota pensei que era peixe depois ela explicou-me que era uma língua nova. A minha Milinha da racha tem vinte e dois anos, já trabalha como bailarina desde dos dezassete e lá vai ganhando o bocadito dela.
Amélia não hesitou, ironicamente abreviou-se:
- É bailarina numa discoteca e trabalha à comissão ou a recibos verdes?
Toninha bigodes desatou novamente às gargalhadas:
- A senhora doutora agora teve graça, é à comissão, as pessoas que lá vão ficam verdes mas é de inveja, porque a minha filha não é para o bico de qualquer um da forma como ela dança ainda vai parar ao Teatro do Las Férias.
Amélia levantou-se, pedindo licença:
- Dona Toninha bigodes bem tenho de ir, o dever chama-me, ainda me faltam mais dois inquéritos mas…
Toninha interrompeu:
- Já vai senhora doutora mas e o resto das perguntas?
- Não se incomode dona Toninha bigodes conseguiu responder a todas elegantemente e digo-lhe mais, como diz o ditado “uma mulher de bigode ninguém a come…”, ahahahahahah, até qualquer dia e dê cumprimentos à família.
- Obrigada senhora doutora, você também tem a sua graça, mas olhe que o ditado não é assim, ahahahah, dê lá cumprimentos ao senhor presidente e disponha sempre que quiser, tenha uma boa noite.
 

- Ai Jesus, lá se foi caralho do pernil assado que comprei na venda do Picha frita…


Viva as estatísticas, os vigaristas, viva a educação!


Conceição Bernardino



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Pássaro de papel




Sonhei a primavera
Nos olhos dum tordo renegrido
Sem pena voltei a sonha-lo
Sobre o cume branco
Como os amantes
Que se amam num só corpo
Sem ver onde a primavera começa
E o inverno acaba

Imortalizei o sonho
Quando o gelo ancorou
Antes do frio
Nos teus olhos negros
Da cor da solidão

Conceição Bernardino

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Este país não é para ignorantes


  


Na sexta-feira passada na taberna do tio Manel ouvi os meus compinchas da bisca falarem da Manif. Geral, curioso perguntei ao Tono azeitonas se era alguma festa daquelas que um gajo leva a patroa e dá um pezinho de dança mas nem ele sabia ao certo. O Artur da Rolha que tem a mania de se armar em esperto só porque enfia a rolha ao pessoal à custa da batotice, disse que era a inauguração de uma loja. Quando cheguei a casa a minha Alzira já tinha o tacho pronto, falei-lhe do assunto mas ela estava mais interessada no capítulo cinquenta e quatro da novela das vinte e uma, fui obrigado a berrar para o raio da mulher me ouvir mas pelo jeito quem me ouviu foi a vizinha, a velha veio-me bater à porta para eu falar mais baixo que queria bater uma soneca.
Fiquei com a Manif. enfiada na carola assim à primeira vista o nome soava-me a banco mas depois pensei se derem umas agendas e coisa e tal já não é mau de todo. No sábado levantei-me pela fresca e pus-me a caminho apanhei a carreira das oito no apeadeiro da Sardinha e lá fui eu para Lisboa.
Quando lá cheguei entrei num edifício muito alto e perguntei a um velho que estava sentado num sofá cheio de estilo onde era a Manif. o homem olhou-me de lado e respondeu:
- Aqui é o Ritz o Manif. não conheço.
Pensei com os botões das minhas ceroulas, o velho só pode estar a gozar com a minha cara, olhei-o novamente:
- Ò senhor por acaso não está a gozar com a minha cara pois não? Então na minha terra não se fala de outra coisa, da tal Manif. Geral e o amigo está a dizer-me que não conhece, haja paciência.
- Ah essa coisa não é aqui é na praça Marquês de Pombal, (comuna da merda).
- Bem parece que já nos entendemos, obrigada mas disse mais alguma coisa?
O velho nem me respondeu, virou as costas e retirou-se, deve ser daqueles que não sabe o que é uma rica bisca mas pronto cada um é como cada qual.
Lá consegui chegar ao Marquês das Pombas e nada, nem sombra da Manif. nem anúncios com setinhas ou aquelas que dizem desvio, mas que grande porra e agora? Bem só me resta…
Olhei para o lado estava mesmo ali um homem com umas grandes barbas sentado numa caixa de papelão, nem é tarde nem é cedo aqui vai:
- Bom dia senhor, diga-me uma coisa é aqui a Manif.? O homem riu-se às gargalhadas:
- Quem a Geral? Sim amigo mas está fechada só abre às duas e meia, o melhor é beber um copito e encher o bucho que isto vai aquecer.
- Já reparei, vim cheio de roupa e aqui está calor, lá na Sardinha o tempo estava a mudar de cara e quando chove, chove por todo o lado mas muito obrigadinho.
- Olhe amigo o tempo é igualzinho aos políticos não chovem nem deixam chover, não sei se entende. Olhei meio aparvalhado e fiz de conta que entendi:
- Ah sim claro, mais uma vez obrigadinho.
Políticos? Quem são esses? Deve ser alguma piada aqui de Lisboa o melhor é encontrar por ai uma tasca onde possa dar ao dente que o rato já aperta.
Olhei para o cebolas, possa ainda só são onze para as meias sou mesmo burro podia ter perguntado lá ao Tono a que horas abria a Manif, agora ando aqui a matar moscas, ena pá tantos chineses, isto é que estamos a evoluir, parece aquelas ruas que dão nos filmes até vendem espadas de Sá Morais antigas, dava cá um jeitaso para cortar as silvas lá da horta.
Ora, ora já passeie, já matei o bicho são duas para as dez o melhor é despachar-me antes as portas da Manif. abram e apanhe uma carrada de gente à minha frente. Hei caramba tanta gente não devia ter saído daqui, espera tanto barulho está tudo aos gritos, já deve ter dado confusão o povo não pode ver nada à borla, tantas bandeiras até parece que vão receber o papa. Cheira-me a esturro é melhor perguntar aqui à dama que berra mais que a cabra do Mingas da côdea o que se passa:
- Boa tarde minha senhora está fila para a abertura da Manif.?
- Desculpe, eu entendi bem ou o senhor está a gozar com a minha cara?
- Ò minha senhora sempre fui um homem respeitador, que o diga a minha Alzira que casou virgem, eu venho da Sardinha e não entendo o porquê de tantas bandeiras e dos berros, será que a senhora podia-me informar se é por causa da Manif? Afinal que tipo de loja abriu, não tem brindes para toda a gente é isso?
Senti que a mulher cada vez ficava mais arreliada, só lhe faltava deitar fumo pelas bentas. Que estava eu a fazer de errado?
- Ouça lá o senhor não sabe ler? Não sabe o que é uma manifestação? Vá dar uma voltinha até ao jardim zoológico, vá dar de comer aos patos.
- Pois minha senhora fique sabendo que sei ler muito bem embora tenha um problema num olho, não é à toa que lá na terra me confundem com o Camões aquele que escreveu as Maias por isso a minha alcunha de Miro zarolho ou a senhora pensa que lhe estava a piscar o olho esquerdo só porque ando com ele meio pisco. Manifestação? Qual a dos vinte cinco, deixa-me rir agora mudou de data, saiba a senhora, nessa altura tinha entrado para a tropa, ajudei na revolução era telefonista no quartel e sabe quem levou com os que eram contra os vinte cinco? Pois, pois foi cá o Miro, nunca ouvi tanto palavrão junto mas enchi o livro conforme mandavam as regras. Eu lá preciso de ir ao zoo não sei das quantas dar de comer aos patos se faço isso lá na minha horta todos os dias, a senhora está a ser muito mal-educada com a minha pessoa.
- Acha? Você trabalha? Sabe o que o governo nos está a fazer ou também não vê os noticiários lá na sua terrinha? É preciso ter paciência para aturar
tanta ignorância de uma só vez e ainda me chama de mal-educada? A sério vá visitar o museu dos Jerónimos que o senhor está no sítio errado.
- Eu sou agricultor dos pequenos embora neste momento esteja desempregado a termo incerto, já estou a ficar enervado, a senhora chegou aqui há pouco eu já cá ando desde manhã, pois fique sabendo que enquanto esperei que a Manif. abrisse passei por imensas lojas que diziam “liquidação total”, entrei em todas e perguntei se tinham trabalho para vender e sabe quais foram as respostas que me deram, sabe? Que estava esgotado e agora tem resposta, tem? Governo? Não sabia que neste país havia um governo os meus compinchas da sueca passam a vida a dizer que andamos todos desgovernados desde dos setenta e quatro, por acaso não sou muito de ver televisão, só mesmo quando dá bola, mas ouço muito a rádio da renascença principalmente quando dá os discos pedidos, eu nunca pedi nada, não gosto de pedir nada a ninguém, vivo com o que tenho e com a graça de Deus. Onde aos Jerónimos? Sempre gastei da mercearia do senhor Abreu não gosto desses supermercados grandes que vende gato por lebre, olhe aproveite a senhora e cumpra o com o que trás ao peito nesse colante “Eu vou! E tu não?”, vá lá e aproveite os saldos dos Jerónimos.
A porra da mulher levantou o pau da bandeira apontou-o na minha direcção só tive tempo de levantar a bacia que comprei prà minha Alzira e catrapumba, a porcaria da bacia desfez-se em duas, lá se foram os meus quatro euros, arre ninguém diga que está bem. Só parei na Sardinha que é terra sossegadinha. Comprei uma agenda na vinda e lá consegui convencer os meus compinchas que a Manif. Geral era uma agência nova dos vinte e cinco dos setenta e quatro.

Viva o povo, viva os direitos humanos!   



 PS: este texto é uma crítica ao governo em tom sarcástico, peço desculpa aos mais sensíveis              

Conceição Bernardino

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O Sancho é real D. Quixote



Não tentes calar a minha voz

Com o fato metálico de chapa ridícula

Onde não há lanças nem archotes nem árvores suspensas.


- O Sancho é real D. Quixote!


Enche os bolsos de lendas antigas

Mastiga os pássaros caídos na valeta

E acena às crianças pobres um futuro miserável


Não tentes calar a minha voz

Com o relinchar de um cavalo de pau

Onde as ferraduras são feitas de trevos e vertigens


- O Sancho é real D. Quixote!


As cidades adormecem por baixo de outras cidades

Onde as lixeiras e o lodo do rio trás à tona o condenado de Victor Hugo

O cio cresce na boca dos saqueadores e a saliva afia a guilhotina
  

- Já crescem cabeças nos campos de trigo D. Quixote

Conceição Bernardino

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

De que cor é a morte?



 
Vou refinando a morte
Sem suster a respiração
Qualquer uma me serve
Anui-me como uma luva

Tenho as medidas certas
E os olhos revirados,
Divididos ao meio, urdidos
Por linhas descontínuas

[De que cor é a morte?]

Pintá-la-ei de frutos
Silvestres, quem sabe
De álcool com amoras
À mistura, ou de rosas
Murchas sem pétalas

Mas tudo bem,
Deixem-se de merdas
Eu também já estive
Morta antes de nascer


Conceição Bernardino

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Este país não é para finados

             


Já andamos todos finados se nos vão finar mais o que será do povinho, ora bem frito ora cuzidinho, com a Merkel a dar-nos um toucinho reproduz-se o fiado e paga-se dobrado. Coelho nem vê-lo está pela hora da morte quando acena a pata sai qualquer coisa à caçador, ou fode o pobre ou manda merda pelo ventilador e zás que se faz tarde é preciso bajular os troikanos, medida acima medida abaixo e mamam todos do mesmo tacho.
Corta aqui, corta ali, corta…rebobina, acção…isto de andar na phoda já parece coisa da moda, tangas e ceroulas e volta-se afinar mais uns trocadilhos aos finados e que se phoda quem quiser…obedecer, alinhar e toca andar de cu para o ar. Venham de lá mais dois submarinos, um porta-aviões, uma OTA e um TGV que o povo arrota e diga-se de passagem que a loja de conveniências tem todos os modelos e cá os camelos largam o cordão à bossa. A Banca ganha a Merkel agradece o portas dá o aval o deve cresce e haver vamos as carteiras da corja bruta que nos pedem sacrifícios
mas não andam de trotineta, são BMW’S senhor e tem cavalos…os burros andam todos a reboque, zurram, zurram, são afinadinhos.
“- Abram o camarote, estica bem a medida Austero, preciso de mais uns três milhões para tapar um buraquito que apareceu ao meu compadre, o das escutas”.
Viva a equidade fiscal!      


Conceição Bernardino


PS: este texto é uma critica ao governo em tom sarcástico, peço desculpa aos mais sensíveis