sexta-feira, 28 de maio de 2010

o último gole...


Nessa manhã ofereci-te o pequeno-almoço,
mas o meu corpo…

embrulhei-o na última página do jornal,
do último mês
da última foda
da última hora,
os teus quinze minutos
estavam prestes a ser engolidos,
no último gole da minha saliva.

Perpetuei-te à morte com a mesma mentira,
na boca da chávena de café,
cuspida
no dia anterior


Inspirado no poema “Só odeio-te muitas vez”, de Horroriscausa

http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=128168

quinta-feira, 20 de maio de 2010

No sense



É na esquina do tempo que calo o desequilíbrio da minha voz apressada; nas veredas da minha incerteza, rejeito a razão por não saber o que me espera. Confesso-me às pedras que me atiram, guardo-as num vocabulário impróprio, onde desfaço as diferenças em esferovite.
Quantas vezes me ensinaram que era com o garfo que se comia, não com a mão. Bem que tentei, mudei de garfo vezes sem conta e até de mão, com medo das facadas que tal disfunção pudesse provocar.
Calai-me por tudo e por nada, menos pela simples satisfação de me calar…