terça-feira, 21 de julho de 2009

Acravei-me aos espinhos soterrados


As rosas dissecaram-se no meu corpo envelhecido
curvado pelos espinhos que ia cravando
no despertar de cada aurora pardacenta
o papel jazia lamentos, escrevia anáforas

Sem sentido, sem rumo…
…sem significado algum

Acravei-me aos espinhos soterrados
neste corpo tão cansado e estéril
arranquei-lhe as raízes, suspirei.
O lamento calou-se
numa folha branca de alegorias

Com sentido, com rumo…
…do significante ao significado
in Linhas Incertas

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Linhas incertas



Linhas incertas

Deslizam sobre o meu rosto
lágrimas multifacetadas
vão caindo, mansamente
sem explicação.

Deixam marcas perfeitas
como o arco-íris
que se espelha lá no céu...

De onde vêm não sei
deslizam, caem
sobre as linhas incertas
desta certeza tão repleta,
como quem escreve
sobre as lágrimas de alguém.