sexta-feira, 11 de março de 2011

Não creias só nas lágrimas dos homens



Sublinho a negrito a dor


Dos rostos que se levantam das sombras


Onde os corpos se plantam pela raiz


Num mar de ondas sonantes


Feito de pautas metaliformes



Não creias só nas lágrimas dos homens


O céu também chora, amotina-se


Como uma criança que desconhece a maldade


Do seu semelhante, acabado de nascer



Agora,


Que os olhos se fecharam


Nascem heras nas paredes


Que ainda se mantêm de pé


Nos bolsos de um fato negro


Remendado por linhas descontínuas



Conceição Bernardino

4 comentários:

Gisa disse...

Teu poema é intenso e belo.
Lindo
Um grande bj

tecas disse...

Estupendo poema, poetisa Conceição Benardino.
Cito:« Agora,
Que os olhos se fecharam
Nascem heras nas paredes
Que ainda se mantêm de pé
Nos bolsos de um fato negro
Remendado por linhas descontínuas»
Quanta sensibilidade em cada palavra escrita.
Parabéns pelo belo post.
Bjito e uma flor

* disse...

Um poema forte e poderoso, com uma grande carga emotiva e extrema sensibilidade para perceber o que algo de tão horrivel traz consigo.
Autêntico e genuino como tudo o que sai da tua "pena"...belo apesar do horror que deixa transparecer.

vieira calado disse...

Todos nós,

de uma maneira ou outra,

choramos como o que se passou.

bjsss