quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Hoje apetece-me rir





Hoje apetece-me rir,


da merda deste País, da ditadura reciclável


que nos impõem descaradamente


das mãos nojentas que nos metem nos bolsos


dos colarinhos brancos sujos até às entranhas


dos Pinochets disfarçados de bons samaritanos


das taxas irreais que nos cobram absurdamente



Hoje apetece-me rir,


dos rendimentos milionários dos burocratas


das pensões vitalícias dos corruptos


dos falsos tridentes, das mãos gordas


que nos tratam como dejectos



À foda-se,


hoje apetece-me rir,


do discurso do Sócrates


ao som do Cavaquinho


que nos pedem sacrifícios


em prol de um País pobrezinho



Hoje apetece-me rir,


da minha grande estupidez,


porque onde caga um português cagam logo


dois ou três.





Conceição Bernardino

4 comentários:

Luis Antunes disse...

Minha carissima amiga
Achei a sua mensagem um espectáculo
uma espécie de grito de revolta contra os opressores
a mim ao contrario d e si apetece me chorar por ter que viver parecdes meias com gente desta sem escrupulos
Um abraço
Luis Antunes

* disse...

Heis um poema que diz o que todos queremos e pensamos... apetece-me rir deste triste espectaculo em que se tornou o nosso país.
Bem dito sim senhor! Assino e subscrevo.

orvalhos poesia disse...

Também assino, que coisa mais sem jeito este País, e o pior é que nos acobardamos demasiado.
Fosse eu mais nova, ainda assim faço barulho quando é preciso.

beijinho

gosto da tua força.

Alan Figueiredo disse...

Gostei!

Talvez rir de um desespero profundo

de uma angustia

reprimida

uma repressão velada

velada sim

velada e sem palavras

Até