quarta-feira, 7 de julho de 2010

Sirvam-se...qualquer nome me serve



Não me alimento de pontapés
nem de murros no estômago.

Vou engolindo os nós
a sangue frio,
com a mesma sede
de quem mos aperta.

Sabem-me a bosta,
vomito-a para um frasco
como oferenda de um umbigo
que não me pertence,
o meu foi tapado à nascença
chuleado com fio do norte.

[a ostentação já não me limita]

Bebo as borras do café
e sugo-lhes a cafeína,
a sopa que me azedou
é a mesma que me aquece
nos dias mais frios.

Não me digo livre
porque criaram os cravos
nem me julgo mártir
quando me açoitam os espinhos.

Cuspam quando eu morrer
a mesma saliva
que vos lambe o ego,
com a mesma língua afiada
com que apertais os cordões
das botas, daqueles que vos pisam.

[antes de ser gente já fui merda
e à merda voltarei]



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