
Ama-me antes que a madrugada se acabe,
antes que dispa o negro, onde os nossos corpos
se curvam como a cera derretida, que cai suavemente
na teia dos gestos, submersos por um gemido,
de duas bocas que não se tocam.
Ama-me antes do fim das rosas, que repousam,
aqui mesmo ao nosso lado, sobre a mesa de pedra
que ainda não acabamos de polir, é tosca
como os braços que nos apressam.
Ama-me,
para que eu possa repousar no teu peito
a vida que desconheço