Não me alimento de pontapés
nem de murros no estômago.
Vou engolindo os nós
a sangue frio,
com a mesma sede
de quem mos aperta.
Sabem-me a bosta,
vomito-a para um frasco
como oferenda de um umbigo
que não me pertence,
o meu foi tapado à nascença
chuleado com fio do norte.
[a ostentação já não me limita]
Bebo as borras do café
e sugo-lhes a cafeína,
a sopa que me azedou
é a mesma que me aquece
nos dias mais frios.
Não me digo livre
porque criaram os cravos
nem me julgo mártir
quando me açoitam os espinhos.
Cuspam quando eu morrer
a mesma saliva
que vos lambe o ego,
com a mesma língua afiada
com que apertais os cordões
das botas, daqueles que vos pisam.
[antes de ser gente já fui merda
e à merda voltarei]
nem de murros no estômago.
Vou engolindo os nós
a sangue frio,
com a mesma sede
de quem mos aperta.
Sabem-me a bosta,
vomito-a para um frasco
como oferenda de um umbigo
que não me pertence,
o meu foi tapado à nascença
chuleado com fio do norte.
[a ostentação já não me limita]
Bebo as borras do café
e sugo-lhes a cafeína,
a sopa que me azedou
é a mesma que me aquece
nos dias mais frios.
Não me digo livre
porque criaram os cravos
nem me julgo mártir
quando me açoitam os espinhos.
Cuspam quando eu morrer
a mesma saliva
que vos lambe o ego,
com a mesma língua afiada
com que apertais os cordões
das botas, daqueles que vos pisam.
[antes de ser gente já fui merda
e à merda voltarei]
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