domingo, 22 de maio de 2011
que bem que me sabe o bolor…
Lambo as feridas como um cão sarnento,
Já não consigo, sequer fugir de mim
Fogem todos, afastam-se do nojo que lhes meto
Deliro, que bem me sabe o gosto a bolor.
Ainda agora dobrei o Cabo da Boa Esperança
Mas o Adamastor não me reconheceu,
Já não iço as velas no vento disperso.
- Oh, homem do leme onde está Bartolomeu?
Tenho a bússola do tempo pregada nos pés
E na boca, um mar que ninguém crê
Afastem-se das tormentas do meu dorso
Afoguem as cataratas destes olhos cegos
Que rejeitam, este fardo desprezível de lazarone.
- Ah cão de merda, porque não morres como um homem?
Conceição Bernardino
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