As terras áridas de centeio
correm-me nas veias
o negro espalha-se
pelos campos da fome,
gela-me o frio
sobre as palhas
do trigo sem sustento.
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Cega-me a foice…
…na cegueira da colheita
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Os ma trigais secaram
na boca de quem as alimenta,
as mãos enrugadas
carregam o fardo
no vazio das cinzas avermelhadas
queimadas em solidão.
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Cega-me a foice…
…na cegueira do nada
que me resta.